Poucas pessoas sabem, mas a verdadeira história do que conhecemos como “previdência privada” e também “sistema de consórcio” é bem diferente daquela apresentada numa pesquisa superficial. Sem diminuir os méritos dos pioneiros da empreitada no Brasil, a origem de tudo foi no Japão feudal, à época em que surgiam os “Samurais”.

Tanomoshiko ( japonês : 頼母子講 “grupo de confiança”) também tem sido chamado Mujin (無尽) ou moai (模合) no Japão. O nome pode ser derivado de tanomu significando pedido, ou a partir de tayori ni naru mono significando dependência. É uma associação de poupança e crédito por rotação.

Historicamente eles desempenharam um papel importante na vida econômica no Japão, principalmente numa época em que sobreviver era um desafio em meio aos conflitos em algumas partes do país.

Como plano de autofinanciamento social era organizado localmente, e tem existido no Japão, pelo menos desde meados período Kamakura (1185-1333). O princípio era que cada membro poderia contribuir com uma soma em intervalos regulares e receberia um pagamento único, quando chegou sua vez; exigia a confiança mútua entre os envolvidos. A instituição facilitou poupança pessoal, investimentos em imóveis e maquinário agrícola, depois em empresas, seguros, empréstimos pessoais e principalmente na assistência de pessoas mais pobres.

Até o período Tokugawa (1603-1868) tanomoshi foi generalizada pois no final do século 19 sob a Meiji , bancos comerciais desenvolvidos estavam relutantes em oferecer crédito em pequena escala e os serviços bancários não substituíram o tanomoshi. Nem foi totalmente substituído pelo estado quando se trata seguridade social, implementada no início do século 20.

O sistema é também operado entre os imigrantes japoneses nos Estados Unidos e no Brasil, ajudando-os na criação de novos negócios. De fato, enquanto que diminuiu no próprio Japão manteve-se de grande importância para as comunidades japonesas no
exterior.

A instituição entrou em declínio após a Segunda Guerra Mundial, com o maior crescimento dos bancos comerciais e da reestruturação da seguridade social e o afrouxamento dos laços comunitários, mas ainda existe em algumas partes do Japão.
Tanomoshi ainda funciona em certas áreas, especialmente Kyushu e Okinawa ativo sob
o nome de moai. Na região Aizu da prefeitura de Fukushima, tanomoshi chamado Mujin apoiou a poupança para o lazer, principalmente em restaurantes, os membros podem usar os fundos acumulados para pagar uma viagem ou um banquete.

Destaco neste artigo o aspecto social do modelo, sua capacidade de provimento de meios de subsistência e recuperação da prosperidade. Aldeias e vilarejos impactados pela ida à guerra dos homens saudáveis em idade militar e a consequente diminuição da mão-de-obra disponível, tiveram alguma chance de recuperação ao praticar o Tanomoshiko, promovendo a distribuição de recursos para a manutenção das famílias mais afligidas pelas perdas.

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